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Mahatima Ghandi

sexta-feira, 2 de julho de 2010

A polêmica imagem do jornalista através da história

Por: Rebeka Cavalcanti
("Histórias interessantes e importantes de saber")


O jornalismo surgiu para alavancar um leque de conhecimentos entre o homem e a informação. Todos temos a necessidade, de saber o que acontece ou o que esta acontecendo em nosso entorno. Por conta dessa necessidade orgânica e social deu início a uma das profissões mais antigas, o Jornalismo."A necessidade de informação é um dos dados fundamentais de toda a vida social." (TERREOU, Alberto - História da Imprensa; tradução de Edison Darci Heldt. São Paulo: Martins Fontes, 1990.).

No século XV, na Europa, vários fatores históricos como a política da época contribuiram para dar a luz aos primeiros jornais. Neste mesmo período os correios e a impressão ganharam vida, ajudando assim a regulamentação das comunicações. Com a tipografia criada pelo alemão Gutenberg (1397-1468) no século XVI, veio a origem de informações de diversos fatores onde neste período a notícia tornava-se já um meio de mercado.

Ainda no século XVI vieram as primeiras gazetas, a primeira lançada por Samuel Dilbaum em Augsburgo em fevereiro de 1597. Eram constituidas por cadernos de 4 a 8 páginas, geralmente ilustradas por gravuras em madeira. Logo após na França em janeiro 1631, surgiram os pasquins e os libelos considerados folhas volantes, onde alimentavam polêmicas religiosas, políticas e etc. No século XVII surgiram as gazetas que deram origem as notícias onde relatavam as vidas sociais e culturais. Na Inglaterra continham poucas notícias. Já na França, as gazetas eram consideradas jornais diários com amplas informações. O primeiro jornal diário foi publicado na Alemanha no ano de 1650 chamado de "Einkommende Zeitug". Logo após vieram as folhas revolucionárias com notícias até mesmo grosseiras. Foi um período rico para originar e dar o bom avanço para o jornalismo. Na américa, foi publicada a primeira folha americana " The Public" em Bostom no ano de 1690.

No século XVIII, teve origem o "Daily Courant", primeiro diário que manteve-se vivo até 1735. Em 1777 originou-se em Paris o "Jornal de Paris".
Mesmo nos países mais desenvolvidos a impressão periódica não teve a valorização que merecia e com isso foi uma grande luta para conseguir seu espaço de direito. A Imprensa teve seu período de trevas precisamente em 1792 na França, onde o governo suspendeu a liberdade de imprensa e os jornalistas foram perseguidos, massacrados e alguns mesmo guilhotinados.

Bonaparte foi uma grande influência para os acontecimentos deste período, pois após o golpe de Estado subjugou a imprensa. Era um grande colaborador, lia sempre e muitas vezes inspirava artigos, porém quando via qualquer crítica sobre ele, ficava furioso. Por conta desses acontecimentos usou o poder dos jornais para promover-se na França e no mundo com suas propagandas pessoais.

No Brasil, com a chegada da família real de Portugal teve início ao primeiro veículo de comunicação, o "Correio Braziliense" por Hipólito José da Costa, um rebelde da época e oposicionista. O jornal foi editado na Europa por 14 anos. Após essas publicações, D. João criou a Imprensa Régia para editar o jornal monarquista o "Gazeta do Rio de Janeiro". Por o primeiro jornal ser oposicionista, o rei teve que tomar providências para não denegrirem ainda mais sua imagem, dando início assim a outro grande jornal fazendo com que a sociedade formasse suas próprias opiniões tanto para o lado monárquico como da oposição. Em 1825 foi criado em Pernambuco o "Diário de Pernambuco" por Antônio José de Miranda Falcão contendo vários assuntos, principalmente embarcações e vendas de escravos. É um veículo influente em todo o pais até hoje. "Com o passar do tempo, o Jornalismo foi se adaptando às épocas, quase como obrigatoriedade de sobrevivência"(SMIGG, Serg 2008.).

A Imagem do jornalista é muito polêmica, pois sua função é dar primazia a notícia real. Sempre foram perseguidos, massacrados e mortos. Na época da ditadura militar foram anos de sofrimento e dor, onde eram covardemente assassinatos na maioria das vezes. A ditadura teve início em 1964 com o governo de João Goulart marcado pela abertura das organizações sociais, onde estudandes e classes operárias ganharam espaço causando assim uma grande preocupação às classes conservadoras. Neste mesmo período, o mundo passava por uma grande tragédia, a "Guerra Fria". O fim da ditadura foi em 1985. Este período se caracterizou pela falta de democracia, supressão de direitos constitucionais, censura, perseguição política e repressão aos que eram contra o regime militar.

Tivemos grandes heróis no nosso jornalismo, heróis estes que por defenderem seu ideais sofreram graves consequências como o fim de suas vidas. O termo herói vem do grego "heros", significa originalidade, é o protagonista de uma obra narrativa ou dramática. Para os gregos, o herói é a mistura de deuses e homens, ou seja, os filhos dos deuses com os mortais. "(...) o herói é marcado por uma projeção ambígua: por um lado, representa a condição humana, na sua complexidade psicológica, social e ética; por outro, transcende a mesma condição, na medida em que representa facetas e virtudes que o homem comum não consegue mas gostaria de atingir – fé, coragem, força de vontade, determinação, paciência, etc." (http://pt.wikipedia.org/wiki/Her%C3%B3i)
Todas essas qualidades de "heróis" vemos em nossos verdadeiros jornalistas, que buscam o melhor para o meio em que vivem. Na década de 70, tivemos vários guerreiros que defenderam os ideais dos índios, tornando-se verdadeiros indialistas. O indialismo é um termo usado para relatar o índio como herói nacional. "Foi uma das peculiaridades do Romantismo no Brasil, possuindo ainda menor extensão nas artes plásticas durante o século XIX." (http://pt.wikipedia.org/wiki/Indianismo).
Um dos indialistas mais destacados foi Possidônio Cavalcanti. Foi a Rondônia e ficou por muito tempo no convívio dos índios Cinta-larga. Defendia os interesses das tribos, seus ideais. Ele queria mostrar a todos tudo o que se passava com aqueles irmãos de nação e o seu habitat, sua preservação. Os índios assim como os jornalistas eram muito perseguidos e massacrados, por isso era fundamental que alguém defendesse junto com eles seus interesses. Infelizmente, essa história não terminou com um final feliz: Possidônio foi brutalmente assassinado no ano de 1971 juntamente com o fotógrafo que o acompanhava, que podemos citar como outro grande defensor de seus ideais - Acrício. A imprensa da época como era comandada pelo governo, disse que esta brutal tragédia foi causada pelos índios Cinta-larga por causa de um "mal-entendido". O caso foi arquivado com essa teoria, porém seus amigos da época tem a certeza de que foram os posseiros que queriam tomar a terra dos habitantes locais e como ele sabia de toda a trama e iria publicar na imprensa, coincidentemente na mesma época foi morto. Um caso triste e que poderia ter sido mais investigado para fazer justiça, porém os covardes por medo da ditadura, deixaram a culpa nos Cinta-larga.

Apoena Meirelles, dez anos depois, foi a Rondônia resgatar o caso do amigo mais conhecido como Possi. Era um dos indigienistas mais importantes. Filho de Francisco Meirelles, Apoena participou de grandes contatos com as maiores tribos do pais como as Suruí, Cinta-Larga, Gavião, Zoró e Uru-eu-Wau-Wau, além dos Avá-Canoeiros. Conhecido como o "homem enxergava longe", por seus grandes ideais. Participou também da Passeata dos Cem Mil, na Cinelândia, no Rio de Janeiro, em junho de 1968, e que foi preso duas vezes. "Seu indigenismo foi sua saída de um possível engajamento mais forte no movimento anti-ditadura militar." (NEWLANDS, Lílian e RAMOS, Aguinaldo Araújo; Apoena - O homem que enxerga longe. Ed. da UCG - Universidade Católica de Goiás. Goiás. 2007.).

Por esses e outras grandes histórias, podemos entender o tanto que a imagem influencia na vida do homem. Por convicçãoes sociais e culturais, a imagem do jornalista sempre é de uma pessoa disequilibrada, rebelde. Sabemos que não é assim realmente. A classe jornalística é apenas sonhadora, luta por seus objetivos comuns, ou seja, muitas vezes pensam que podem mudar a forma incorreta de governos, porém a realidade é outra. A imagem do profissional dos ideais é totalmente o aveço de como é realmente, é o estereótipo que denigre a classe. Estereótipo é quando uma característica é presumidamente partilhada por todos os membros de uma característica social e cultural. "Quando nossa primeira impressão sobre uma pessoa é orientada por um estereótipo, tendemos a deduzir coisas sobre a pessoa de maneira seletiva ou imprecisa, perpetuando, assim, nosso estereótipo inicial." (MORRIS, Charles G. e MAISTO, Albert A. . Introdução à Psicologia. Ed. Pearson e Prentice Hall. São Paulo. 2004.).

Sabemos que alguns jornalistas agem incorretamente vizando apenas um bom furo de reportagem, situações sensacionalistas, causando assim uma desconfiança popular não mostrando o verdadeiro papel do jornalista, mostrar a "notícia real". Apesar de todos esses fatos o jornalista ainda é assim um fiel protetor da democracia e um amigo do povo, onde sem eles a sociedade estaria com más informações e sem os defensores necessários para fiscalizar o governo. "O jornalismo é um poder livre e democrático de cunho social capaz de estabelecer canais entre o cidadão e os demais poderes, fiscalizando-os." (http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=578FDS007).

Definitivamente precisamos mudar o quadro da imangem do profissional das notícias, pois injustiças e mortes tem que acabar definitivamente, não é porque estamos no século XXI que as perseguições pararam de acontecer, ainda temos casos aqui no Brasil recentemente na Amazônia, o presidente do Instituto Municipal de Transito e Transporte (IMTT), Raphael Siqueira, e a secretária de comunicação Celes Borges, tentaram constranger a repórter Vanessa Brito, do jornal "Diário", onde a repórter tentou fazer as demais perguntas sobre o aumento da tarifa de ônibus no Estado. O prefeito Amazonino Mendes, não gostou do comportamento da repórter e tentou impedi-la de qualquer forma a fazer manifestar suas perguntas. Vanessa saiu constrangida do local, onde não obteve nenhum sucesso com sua entrevista. Ele mandou sua secretária investigar de onde era a repórter. Com essas e outras histórias que são camufladas para o público, será que esta jornalista não será perseguida de alguma forma? Pode ser que ela não consiga outra grande matéria e que até mesmo seja demitida do jornal em que trabalha. São absurdos que vemos na sociedade "democrática" que temos hoje. Será que vivemos realmente em uma democracia? Será que somos realmente informados de tudo o que acontece em nosso meio? Esperamos que sim, porém pouco provável que isso seja realmente verdade.

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